Moscou – O governo russo afirmou nesta quinta-feira (13) estar disposto a dialogar com os Estados Unidos sobre um possível cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia, após o governo ucraniano ter aceitado uma proposta americana para uma trégua de 30 dias. A declaração veio pouco antes da chegada a Moscou de Steve Witkoff, enviado especial do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que lidera as negociações para intermediar um acordo de paz.

“Estamos prontos para discutir as iniciativas apresentadas nesses contatos futuros com os Estados Unidos. Esses encontros podem ocorrer ainda hoje”, declarou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Segundo a agência russa RIA Novosti, Witkoff pousou na capital russa pouco antes das 13h no horário local (7h no horário de Brasília). A sua chegada ocorre dois dias depois de autoridades americanas e ucranianas terem se reunido em Jedá, na Arábia Saudita, onde o governo de Volodymyr Zelensky aceitou a proposta de trégua temporária.

Apesar da abertura russa ao diálogo, o Kremlin enfatizou que prefere um cessar-fogo definitivo, em vez de medidas que possam apenas proporcionar uma reestruturação das forças ucranianas. “Ninguém precisa de medidas que apenas imitem a busca pela paz”, afirmou Yuri Ushakov, assessor de política externa do governo russo.

O ex-presidente Donald Trump, que já manifestou sua intenção de resolver o conflito rapidamente, reiterou sua esperança de que o presidente russo, Vladimir Putin, aceite o plano proposto. Caso isso não ocorra, Trump sugeriu que poderia adotar medidas financeiras que “seriam muito ruins para a Rússia”, embora tenha frisado que prefere evitar essa opção para priorizar uma solução pacífica.

O governo americano também indicou que uma conversa direta entre Trump e Putin pode ocorrer nos próximos dias, com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmando que um telefonema entre os líderes poderia ser organizado rapidamente, caso seja necessário.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que se arrasta desde fevereiro de 2022, já deixou milhares de mortos e gerou uma crise humanitária e econômica em toda a Europa. O desdobramento das negociações em Moscou pode representar um ponto de inflexão no conflito, mas o futuro do acordo ainda é incerto.